sexta-feira, março 29, 2024
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De olho nos Correios, JSL mira receita de R$11 bilhões antes de 2025

Por Joana Lopo

Com apetite voraz, caixa robusto para nossas aquisições e plano de chegar, em 2025, alcançando uma receita bruta de mais de R$ 11 bilhões, a JSL –  companhia brasileira de logística,  e que já comprou cinco empresas (Fadel, Rodomeu, Transmoreno e TPC) desde a IPO, no final do ano passado –  planeja colocar no carrinho, ainda este ano, mais uma compra e mira em mercados ainda não muito explorados, como o de saúde, farmoquímicos, gases comprimidos, cosméticos e outros.

Durante entrevista nesta terça-feira (31), pelo YouTube do InfoMoney, e acompanhada pela equipe da INEWSBR, o CEO da JSL, Ramon Alcaraz, disse que as compras fazem parte da estratégia de crescimento da companhia, que segue de vento em popa e até avista os Correios, que está em processo de privatização. “Somos candidatos, sim. Mas como ainda não está claro como serão as premissas para essa privatização, não podemos dar mais detalhes. Quando ficar definido o modelo de negócio vamos avaliar, mas temos interesse, sim, claro”, garante o CEO.

Essa corda toda se deve aos resultados da companhia nos últimos trimestres. A partir do momento da abertura de capital, a empresa só experimentou crescimento. Foi mais de 53% na receita bruta – com adição de R$ 1,7 bilhão – e lucro líquido de R$ 254 milhões, além do EBITDA de R$ 782 milhões no 2T21. Conforme Alcaraz, aliado a isso tem o fato de o setor de logística rodoviária, que é a maior base de distribuição de produtos do país, não ter parado durante a pandemia do coronavírus, pelo contrário, só cresceu, especialmente devido ao aumento do e-commerce e pela explosão do agronegócio brasileiro.

“Estamos em vários setores. Enquanto alguns sofreram muito com a pandemia, outros cresceram muito. Quando se está em vários segmentos sofremos menos com as ondas do mercado. Somos resilientes e essa é a receita do nosso crescimento”, disse o CEO. Mas tem também, segundo ele, o fato de as empresas que entraram para seu portfolio serem robustas e saudáveis. “A estratégia é adquirir empresas com boa gestão, boas para agregar receita e margem ao nosso negócio. Não temos pressa, queremos ser fortes em receita, fortes em resultados”, afirmou.

Presente em todos os estados brasileiros e em cinco países da América do Sul, a JSL tem cerca de 25 mil colaboradores, mais de 16,8 mil ativos operacionais, mais de 55 mil caminhoneiros cadastrados, um milhão de m² de armazenagem, mais de 280 filiais pelo Brasil e mais de 1300 clientes. Um terço da sua receita é proveniente do consumo (34%) e um terço conectada a commodities (32%). “Isso é importante porque são exatamente os dois segmentos que mais crescem no Brasil, mesmo durante a pandemia. É importante estar forte nesses dois segmentos, além dos outros. Somos uma empresa end-to-end (ponta a ponta), estamos desde a matéria-prima até o consumidor final”, diz o  CEO.

Alcaraz revela que o grande sonho agora é alcançar a receita bruta de R$ 11 bilhões até 2025. Entretanto, por causa do crescimento expressivo deste ano, ele prevê que o desejo seja antecipado. “Acredito que vamos nos surpreender. Basta considerar o que já fizemos até aqui. Somos mais do que o dobro da segunda empresa de logística do país e ainda assim temos muito apetite para novas aquisições e crescimento orgânico. Nossa empresa tem, relativamente, pouco share neste mercado, que é bastante pulverizado, tem concorrência grande. Somos menos de 2% do share de logística. Isso significa que temos muito espaço para crescer”, observa.

Para o CFO da JSL, Guilherme Sampaio, as apostas já podem ser feitas, pois as margens, de uma forma geral, venceram até a sazonalidade, que é normal para esse tipo de negócio. “Conseguimos manter a margem alinhada com o primeiro trimestre. Estamos com uma estrutura de balança muito sólida, com todas as aquisições realizadas. Fechamos um trimestre com R$ 677 milhões em caixa, mesmo sem contar a linha compromissada que já temos contratada de mais R$ 200 milhões”.

Preço dos combustíveis

Sobre o aumento constante do preço dos combustíveis, embora se festeje todo o crescimento da companhia, o CEO afirma que causa grande impacto e a empresa tem sofrido com isso. Segundo ele, não só combustível, que aumentou mais de 40%, mas os pneus também tiveram elevação de preço em mais de 50%, os veículos como os caminhões, aumentaram mais de 60%, entre outros.

“Só para se ter uma ideia, em 20 anos eu não via um índice inflacionário, no nosso segmento, que alcançasse os dois dígitos em um período inferior a 12 meses. Só em 2021 o índice está acima de 15%. Isso é muito preocupante”. Para equilibrar o problema, Alcaraz conta que precisaram reduzir custos e “fazer mais com menos”. Outra solução foi negociar com clientes e repassar uma parte dessas altas, “mas de forma equilibrada”.

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