Apesar dos avanços em políticas de diversidade, a presença feminina em cargos de liderança no Brasil continua restrita. Segundo a pesquisa Panorama Mulheres 2025, realizada pelo Instituto Talenses em parceria com o Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, apenas 17,4% das empresas analisadas têm mulheres na presidência — número praticamente estagnado em relação a anos anteriores.
O levantamento analisou 310 companhias de diferentes setores e portes. Entre os dados, chama atenção a queda na presença feminina em vice-presidências (de 34% em 2022 para 20% em 2024) e a baixa ocupação nos conselhos de administração: em mais da metade dos casos, não há sequer uma mulher entre os conselheiros. Segundo a pesquisa, das 61 empresas com conselhos ativos, apenas 17,1% das cadeiras são ocupadas por mulheres.
A desigualdade também se expressa quando se trata da questão racial: cerca de 90% das posições de presidência ainda são ocupadas por pessoas brancas. Mulheres pretas, indígenas e amarelas seguem praticamente invisíveis nesses espaços.
Diante desse cenário, muitas mulheres têm encontrado no empreendedorismo uma alternativa para exercer a liderança fora das estruturas corporativas tradicionais. A pesquisa também destaca que empresas lideradas por mulheres tendem a contar com mais presença feminina em diferentes níveis hierárquicos.
As exigências regulatórias da B3 e avaliada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determinam maior diversidade nas diretorias e conselhos até 2026, são vistas como avanço. No entanto, sem metas e vontade políticada das empresas, a inclusão corre o risco de se restringir ao cumprimento formal das regras, sem gerar mudanças estruturais.
(Com informações do portal Meio e Mensagem)