O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,67% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em fevereiro, retomando trajetória de aceleração frente ao mês anterior (havia sido de 0,38% em janeiro) e ficando significativamente acima do verificado em fevereiro de 2020 (0,07%). Foi a maior prévia da inflação de fevereiro para a RMS desde 2018, quando o IPCA-15 havia ficado em 0,78%.
No acumulado nos dois primeiros meses de 2021, o IPCA-15 da RMS está em 1,05%. Continua um pouco abaixo do índice do Brasil como um todo (1,26%) e é o 3o menor entre os 11 locais pesquisados. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o índice acumula alta de 4,21% na RMS, ficando acima do acumulado nos 12 meses encerrados em janeiro (3,60%), mas ainda se mantendo menor que o indicador nacional (4,57%).
O IPCA-15 de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador foi resultado de aumentos nos preços médios de seis dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Com a segunda maior alta, os transportes (1,66%) exerceram a principal pressão inflacionária na prévia de fevereiro, na RMS. O grupo foi puxado pelos combustíveis (5,68%), sobretudo a gasolina (5,76%), item que individualmente mais contribuiu para o avanço do IPCA-15 no mês. A RMS teve o 2º maior aumento da gasolina entre os 11 locais pesquisados no IPCA-15, ficando abaixo apenas de Brasília/DF (6,03%) e bem acima da média do país (3,52%).
Educação
Além dos transportes, o grupo educação (4,87%), com o maior aumento no IPCA-15 de fevereiro, também teve contribuição importante na alta do custo de vida da RMS.
Fevereiro é o mês em que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares, que, por isso, costumam ter forte impacto nos índices de inflação (IPCA-15 e IPCA). A tendência se manteve em 2021, mas o aumento neste ano (4,87%) ficou acima do verificado em 2020 (3,82%) e foi o maior desde 2017 (que havia sido de 7,50%), na RMS.
Os cursos regulares (escolas) aumentaram 6,77% na RMS, segundo maior aumento do país, aquém apenas da RM Fortaleza/CE (8,86%), e bem acima do índice nacional (2,97%). Foram puxados pelo ensino fundamental (11,79%) e pela pré-escola (13,55%), cujos índices em 2021 foram cerca de o dobro do verificado em 2020 (6,82% e 6,64% respectivamente).
Por outro lado, dentre os três grupos com deflação média na prévia de fevereiro, a principal contribuição no sentido de segurar o IPCA-15 da RMS veio de habitação (-0,80%, queda mais profunda), com forte influência do recuo na energia elétrica (-4,93%).
Ainda assim, o gás de botijão teve aumento importante na prévia do mês (3,72%) e foi uma das principais pressões de alta do IPCA-15 da RMS em fevereiro.