A fintech Z1, conta digital para adolescentes 100% gratuita e atrelada a um cartão pré-pago Mastercard, acaba de anunciar um novo aporte no valor de R$54 milhões. A rodada de investimento foi co-liderada pelo fundo Homebrew – que havia liderado a rodada seed da fintech em 2021 -, Parade Ventures e Kindred Ventures, além de outros investidores já parceiros como Y Combinator, MAYA Capital, Clocktower, Gaingels e outros novos, como Costanoa, Newtopia, SquareOne e The Fund. Os valores serão investidos no desenvolvimento de novos produtos e funcionalidades, visando ampliar o público-alvo e acompanhar os atuais clientes no início da vida adulta.
Em um momento delicado para o mercado de tecnologia, em que muitas startups estão passando por ondas de demissões e escassez de investimentos, o aporte levantado pela Z1 mostra que há fundos investindo em negócios promissores e com bons resultados no histórico. Em 2021, a fintech recebeu dois aportes: uma rodada seed de R$14 milhões liderada pelo Homebrew, e uma rodada Series A no valor de R$55 milhões liderado pela Kaszek. Na época, o investimento alavancou o crescimento da fintech no mercado e ela construiu a reputação que tem hoje: a conta digital para adolescentes, e a mais lembrada pela Geração Z.
Para o co-fundador e CEO da Z1, João Pedro Thompson, o aporte em época de layoffs é uma grande conquista, pois os fundos estão cada vez mais seletivos e criteriosos na hora de investir o seu dinheiro. “Sabemos que o momento é desafiador e desde o início de 2022 o mercado de tecnologia está mais difícil, com investidores muito mais criteriosos e focados na sustentabilidade financeira dos negócios que analisam.. Por isso, valorizamos muito o voto de confiança que ganhamos dos nossos antigos e novos investidores, que mais uma vez, acreditaram no potencial da Z1”, diz.
O modelo de negócio
Diferente de produtos similares aqui no Brasil e em outros países, que focam seu produto e comunicação nos pais, oferecendo como benefício o controle financeiro por parte dos mesmos, a Z1 foca nos adolescentes para que eles alcancem a autonomia financeira. A fintech acredita em conquistar a confiança dessa geração para mantê-la como cliente a longo prazo, e não só na adolescência. Em muitos casos, o jovem que é cliente da Z1 já trabalha ou ao menos deseja criar uma relação mais saudável com o dinheiro desde cedo, iniciando sua jornada para alcançar a independência financeira.
Thompson afirma que nos últimos anos a fintech consolidou e aperfeiçoou o seu modelo de crescimento, com o custo de aquisição de clientes (CAC) próximo a zero e comprovando que a boa e velha indicação faz toda a diferença nos negócios. “A maior parte das contas digitais têm dificuldade em criar um modelo de crescimento orgânico e baseado no boca-a-boca. Já tínhamos isso desde o início, o que comprova que acertamos o nosso posicionamento”, avalia.
Planos futuros
Após conquistar o público adolescente, o objetivo do aporte é ampliar o público-alvo da fintech, ou seja, além de atender os adolescentes, agora a Z1 mira nos jovens que estão transicionando para a vida adulta, a partir dos 18 anos. Com a maioridade surgem outras necessidades e a relação com o dinheiro se fortalece, por isso, a estratégia da fintech é oferecer uma conta digital para esses usuários, mantendo os que já utilizam a plataforma além da fase adolescente, e também novos clientes nessa faixa etária. O principal produto em vista é uma solução de crédito, uma funcionalidade muito pedida por clientes atuais quando atingem a maioridade.