terça-feira, novembro 12, 2024
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M. Dias Branco retoma crescimento e projeta novas aquisições

Por Joana Lopo

Com receita líquida de R$ 1,9 bilhão, a M. Dias Branco –  fábrica de alimentos brasileira, dona de marcas como  Vitarella, Adria e Piraquê – retoma processo de crescimento gradual. A empresa elevou  em 26% o volume de vendas no 2T21. Mesmo no cenário de custos elevados, o preço médio melhorou em 5% em relação ao 1T21 e 25% em relação ao 2T20.

Em entrevista concedida ao InfoMoney nesta quarta-feira (1º), e acompanhada pela equipe do INEWSBR, o diretor executivo de relações com investidores e novos negócios, Fábio Cefaly, disse que os resultados são fruto de intenso trabalho no mix de canais, produtos e marcas ofertadas pela companhia.

Produtos como waffer, torradas, sequilhos, rosquinhas, entre outros, puxaram a receita bruta de lançamentos de biscoitos, que atingiu R$ 68,9 milhões, apresentando crescimento de 55% em relação ao mesmo período de 2020. Segundo Cefaly, a empresa segue com balanço sólido, nível de endividamento baixo, encerrando o segundo trimestre com dívida líquida, pelo EBITDA, de 0,5%, mesmo patamar do 1T21.

Embora tenha crescido em volume de vendas em relação ao primeiro trimestre  deste ano houve queda de 16% em relação ao 2T20. De acordo  Fábio Cefaly, isso se deu ao fato de que o período de 2020 foi quando iniciou a pandemia e as pessoas estocaram muitos alimentos. “O auxílio emergencial criou uma demanda atípica e temporária nos intervalos entre o segundo e terceiro trimestres do ano passado. Então acaba sendo uma base de comparação pouco comparável. Tivemos avanços importantes no conjunto de ações para recuperação da recita e melhora de rentabilidade ao longo dos seis meses deste ano”.

Outro fator que afeta ainda a companhia é a elevação do dólar. Cefaly apontou que houve impacto direto nos resultados porque 60% dos custos são cotados em dólar, principalmente o trigo, óleo de palma, açúcar, amido, embalagens. Uma das apostas a M. Dias é o e-commerce que, de acordo com o diretor, ainda é pouco relevante, mas se mostra promissor, com as marcas competitivas. “Hoje temos participação de mercado relevante, como por exemplo, com a Cornershop de 25% em biscoitos salgados”.

Novas aquisições

A M. Dias, como disse o diretor durante a entrevista, tem histórico de compra que equivale a 60% da sua receita nas marcas adquiridas, como a Piraquê, que representa 10% da receita. “Está nos planos, faz parte das estratégias de crescimento com lucratividade. Vamos avaliando as oportunidades nas diversas categorias”.

Isso porque o nível de endividamento continua baixo e a empresa segue com caixa robusto. “A alavancagem nos habilita a fazer investimentos nas vias orgânicas e inorgânica. Comprar faz parte do nosso plano de estratégia. O e-commerce também, mas a agenda ainda é nova para a gente, que não temos marketplace”, explica. Recentemente fizeram parceria com Ambeve, com a marca Piraquê e buscam prospectar outras oportunidades. “Temos investimentos previstos em R$ 100 milhões em capex, mas não temos planos relevante até o momento.

Sobre o plano de contingência para crise energética nas indústrias, que afeta nos custos da empresa, já que o preço sobe, Cefaly disse que por terem mais de 10 fábricas no Brasil existe a possibilidade de realocar produção e fazer gestão de estoque.

A exportação e novos mercados também estão na lista de crescimento recente para M. Dias. “Começamos a trabalhar nisso em 2015 e hoje isso representa de 3% a 5%. O plano é manter crescimento acelerado e focar em países já definidos, como a margarinas na África, biscoito e massas na América do Sul”.

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