sábado, julho 27, 2024
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Número de passageiros transportados pela Gol aumentou 366% no 2º trimestre

Por Joana Lopo

Um dos setores mais impactados pela pandemia, o setor aéreo teve um segundo trimestre de recuperação Exemplo disso é o da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, que anunciou, em teleconferência na última quinta-feira (29), o resultado do segundo trimestre de 2021. Conforme apresentação dos dados, as vendas brutas consolidadas atingiram cerca de R$ 1,7 bilhão no 2T21. As vendas médias diárias foram de R$ 18 milhões e representam cerca de 54% dos níveis de venda pré-pandemia e R$ 50 milhões acima do 1T21. Na mesma linha, aumentou em 344% o número de Passageiros-Quilômetro Transportado Pago (RPK) comparado ao 2T20, totalizando R$ 3,4 bilhões.

Também transportou 2,9 milhões de clientes no trimestre, o que representa aumento de 366% frente o 2T20. Entretanto, o resultado representa -64% em relação ao 2T19, o que demonstra que o setor ainda não saiu completamente da crise causada pela pandemia. Sua receita líquida foi de R$ 1 bilhão, aumento de 187% em relação ao 2T20 (-67% sobre o 2T19). As outras receitas (principalmente cargas e fidelidade) totalizaram R$ 141 milhões, equivalente a 13,7% das receitas totais.

O seu EBIT (lucro operacional) foi ajustado em R$ 144 milhões, o que corresponde a uma margem de 14%. Esse dado indica que a empresa está restabelecendo as margens operacionais necessárias para suportar o crescimento da operação. Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi ajustado e atingiu R$ 222 milhões, com margem de 22%, o que também mostra que os esforços da empresa em sustentabilidade, com equilíbrio entre oferta e demanda, estão dando certo.

Após participação de minoritários, o prejuízo líquido foi de R$ 1,2 bilhão, excluindo variações cambiais e monetárias, despesas líquidas não recorrentes, ganhos relacionados a Exchangeable Notes e resultados não realizados de capped calls. O Yield (tarifa aérea) médio por passageiro é de 25,86 centavos (R$). Uma redução de 18% em comparação ao 2T20, principalmente em função do maior volume de RPKs em comparação ao 2T20, período com menor nível de operação caracterizado pela “malha essencial” do início da pandemia e por consequência do agravamento da segunda onda da Covid-19 que impactou especialmente a operação da Gol  nos meses de abril e maio deste ano.

Taxa de ocupação

A taxa de ocupação média de 85,1% revela um aumento de 7 p.p. em relação ao 2T20 e a utilização de aeronaves é de 8  horas por dia, uma evolução de 23,1% em relação ao 2T20. De acordo com o CEO da Gol, Paulo Kakinoff, os números consistentes revelam que a estratégia da companhia de adicionar capacidade conforme a demanda está dando resultado. “Estamos confiantes de que aproximadamente 85% das pessoas acima de 30 anos no Brasil estarão imunizadas ao final do terceiro trimestre deste ano. Esse grupo demográfico representa atualmente mais de 98% dos casos graves de Covid-19 no Brasil”.

Segundo Kakinoff, a Gol  preservou o equilíbrio entre capacidade e demanda no segundo trimestre, mantendo os yields e taxa de ocupação elevados. Também minimizaram o consumo de caixa. Mesmo com a pandemia, a Gol levantou capital por meio de uma captação de R$ 423 milhões em novas ações, 63% ancorada por seu acionista controlador, e uma emissão de capital de R$ 607 milhões como parte do R$ 1,3 bilhão para a aquisição da participação minoritária de seu programa de fidelidade, a Smiles.

“Ao longo da pandemia executamos uma estratégia robusta para garantir liquidez, proteger o relacionamento com todos os nossos principais parceiros de negócios, cuidar de nossos colaboradores, preservar a vantagem de custo da companhia e minimizar a diluição para nossos acionistas. Essas bem implementadas iniciativas posicionam vantajosamente a Gol para criar significativo valor para os acionistas no cenário pós-pandemia. No 2T21 a Gol  apresentou de forma sistemática uma eficiência de mercado superior aos competidores o que reforça o nosso compromisso em equilibrar o volume de oferta de assentos com a projeção preditiva de demanda”, conta o CEO.

No 2T21, a companhia amortizou aproximadamente R$ 450 milhões de dívida e, ao mesmo tempo, liberou ativos de valor de mercado de US$ 250 milhões. Considerando os valores financiáveis de depósitos e ativos não onerados, as fontes potenciais de liquidez da Gol resultam em aproximadamente R$ 5 bilhões de liquidez acessível.

“Mesmo em um ano atípico, a empresa se destaca entre as poucas aéreas mundiais por amortizar cerca de R$ 6 bilhões de dívidas desde o início de 2020. Essa estratégia permite que a Gol foque em crescer com rentabilidade, saindo da crise com um balanço mais leve e fortalecido, comparativamente aos seus concorrentes”, apontou o vice-presidente financeiro, Richard Lark, que completa: “A emissão de ações para a reincorporação do programa de fidelidade Smiles em conjunto com o aumento de capital liderado pelos acionistas controladores totalizam aproximadamente R$ 1 bilhão em capital novo no trimestre”.

Com isso, as perspectivas para o segundo semestre são boas. A companhia estima operar uma frota média de 102 aeronaves ao final do período e que a receita aumente em torno de 60%, comparada com igual período de 2020. Para encerrar o 2S21, a previsão é de alcançar por volta de R$ 4,2 bilhões em liquidez total e R$ 15,3 bilhões em dívida líquida ajustada.

GOL

A Gol iniciou suas atividades comerciais em 15 de janeiro de 2001, quando um Boeing 737-700, prefixo PR-GOE, decolou do aeroporto Internacional de Brasília para o Aeroporto de Congonhas. Com sede no Rio de Janeiro, atualmente, a sua frota conta com 94 aeronaves dos modelos 737-800, 23 aeronaves 737-700 e 10 aeronaves Boeing 737 MAX 8. Em junho de 2020 deu início às operações do Boeing 737 MAX 8 em Congonhas (SP).

Recentemente a empresa anunciou a aquisição da MAP Linhas Aéreas, uma empresa aérea brasileira doméstica com rotas para destinos regionais e do aeroporto de Congonhas, com o objetivo de expandir malha e capacidade. Com essa aquisição, a companhia investe ainda mais no mercado de transporte aéreo regional, com destaque para a região Amazônica do Brasil.

A maior companhia doméstica do país transporta 36 milhões de clientes ao ano e gera cerca de 16 mil empregos. Estreou na Bovespa e em Nova York em 2004. Seu valor de mercado, em 2020 era de US$ 431,88 milhões.

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