Por Joana Lopo
Com crescimento orgânico na casa dos 8,1%, a Nestlé fecha o primeiro semestre de 2021 com 41,8 bilhões de francos suíços (cerca de R$ 234 bilhões) nas vendas totais (1,5% maior do que o mesmo período do ano passado) e crescimento real (RIG) de 6,8% e variação de preços de 1,3%. Em comunicado, a empresa atribui o crescimento ao impulso contínuo das vendas no varejo, o retorno do crescimento dos canais fora do lar, o aumento da variação de preços e ganhos de participação de mercado.
Embora o resultado tenha sido satisfatório, o câmbio impactou nas vendas, que sofreram redução de 3,5%, refletindo a valorização do franco suíço em relação à maioria das moedas. Assim, o desinvestimento líquido teve impacto negativo de 3,1%. A sua margem de lucro operacional subjacente (UTOP) foi de 17,4%, mantendo-se inalterada em relação ao mesmo período de 2020 e a margem de lucro operacional (TOP) caiu 20 pontos-base para 16,7%.
Em contrapartida, o lucro por ação subjacente aumentou 10,5% nas moedas constantes e 8,3% na base reportada para 2,17 francos suíços (cerca de R$ 15,117). O lucro por ação aumentou 3,2% e foi para 2,12 francos suíços (em torno de R$ 11,86) na base reportada. O fluxo de caixa livre foi de 2,8 bilhões de francos suíços (aproximadamente R$ 15,67 bi).
Devido ao crescimento orgânico, que é obtido por meio do marketshare, crescimento da economia e demanda de mercado, a empresa elevou a projeção de crescimento para este ano e espera crescer organicamente entre 5% e 6% nas vendas. Na margem de lucro operacional subjacente a perspectiva é em torno de 17,5%, refletindo atrasos iniciais entre a inflação de custo dos insumos e a variação de preços, bem como dos custos de integração únicos relacionados com a aquisição das principais marcas da The Bountiful Company. Após 2021, a Nestlé prevê, em médio prazo, uma melhoria moderada contínua da margem, que deve permanecer inalterada. Já o lucro por ação subjacente nas moedas constantes e a eficiência do capital devem aumentar ainda este ano.
Confiante nos bons resultados o CEO da Nestlé, Mark Schneider, disse que as ações da empresa estão no caminho certo para que possa expandir ainda mais nos próximos anos. “O crescimento orgânico foi consistente na maioria das regiões e categorias, com forte impulso nas vendas de varejo e retorno do crescimento nos canais fora do lar. Por meio de inovação acelerada, forte suporte às marcas, maior digitalização e gestão de portfólio rigorosa, construímos a base para apresentar crescimento orgânico consistente de um dígito médio nos próximos anos”.
Entre os avanços adicionais na gestão de portfólio, a Nestlé firmou um contrato para adquirir as principais marcas da The Bountiful Company, em abril passado. Em julho último, a empresa e a Starbucks fortaleceram a colaboração para oferecer bebidas de café prontas para beber em mercados selecionados de todo o Sudeste Asiático, Oceania e América Latina.
“Continuamos investindo no futuro crescimento lucrativo. Estamos criando um líder global em vitaminas, minerais e suplementos com a aquisição das principais marcas da The Bountiful Company. A expansão de nossa parceria com a Starbucks para o café pronto para beber abrirá novas oportunidades em um segmento de rápido crescimento. Nossas escolhas de portfólio, desempenho consistente e ações decisivas na área de sustentabilidade nos permitem criar valor para todas as partes interessadas”, finaliza Schneider.
Nestlé
A história da maior empresa de alimentos e bebidas do mundo começa em 1866, quando a Anglo-Swiss Condensed Milk Company abre a primeira fábrica de leite condensado da Europa na Suíça. Henri Nestlé desenvolve um alimento infantil revolucionário em 1867 e, em 1905, a empresa criada por ele se funde com a Anglo-Swiss para formar o que hoje é conhecido como Grupo Nestlé. Durante esse período de crescimento das cidades, aumento das estradas de ferro e dos navios a vapor, ocorre uma redução nos custos das commodities, o que estimula o comércio internacional de bens de consumo.
No Brasil, a atuação da Nestlé abrange os seguintes segmentos de mercado: achocolatados, biscoitos, cafés, cereais, cereais matinais, águas, chocolates, culinários, lácteos, refrigerados, sorvetes, nutrição infantil (fórmulas infantis, cereais infantis e papinhas prontas para o consumo), nutrição clínica, produtos à base de soja, alimentos para animais de estimação e serviços para empresas e profissionais da área de alimentação fora do lar.
Opera em 83 países, dos cinco continentes – África, América, Ásia, Europa e Oceania. No Brasil, atua desde 1921, quando instalou sua primeira fábrica, em Araras (SP), para a produção do leite condensado Milkmaid, que mais tarde receberia o nome Leite Moça.
Sua capitalização de mercado é de cerca de 191.000 milhões de francos suíços, o que representa mais de 200 bilhões de dólares e cerca de 1 trilhão de reais.