A Tarken, agritech brasileira que oferece um marketplace para trading de grãos, anuncia ter recebido um aporte de R$ 19 milhões em uma rodada seed liderada pela Monashees e MAYA que teve a participação também do fundo Gilgamesh, além dos investidores individuais Carlos Garcia, fundador da Kavak; Pierpaolo Barbieri, fundador da Ualá; Brian Requarth, do Grupo Zap VivaReal; e Gokul Rajaram, executivo da DoorDash.
A Tarken foi fundada por Luiz Tângari e Carlos Neto, co-fundadores da Strider, líder mundial em sistemas para manejo integrado de pragas. Em 2018, a Strider foi adquirida pela Syngenta em uma negociação considerada um dos maiores exits de uma agritech na América Latina. Após três anos cuidando da transição, Luiz e Carlos voltam ao agro, desta vez com uma solução ‘porteira-para-fora’ para resolver inicialmente o problema de liquidez do milho, que representa um mercado de US$ 30 bilhões, e futuramente de outras commodities agrícolas usando software e dados.
A Tarken vê a digitalização da jornada de comercialização das commodities como uma excelente oportunidade para transformar este mercado, garantindo mais transparência de informações, uma grande variedade de negociadores, velocidade e conveniência. A linha de produtos inclui um marketplace que compreende todo o ciclo de negociação, uma IA de arbitragem de preços locais do produto físico, ferramentas de acreditação de contrapartes e um sistema para simular cenários e definir estratégias de originação.
“Sabemos que é muito para se construir, mas é o que cremos ser necessário para provar a tese”, diz Luiz Tângari. “Trouxemos ao mercado uma tecnologia disruptiva que facilitará muito o ‘match’ entre compradores e vendedores de grãos, ajudando os produtores a melhorar a liquidez de suas safras. Nossa plataforma digital integra em um único lugar toda jornada de transação, da oferta e contrato até a entrega. Além disso, atuamos na precificação das commodities através da Inteligência Artificial, fornecendo dados para formação da estratégia de preços pelos negociadores”, explica. “Na medida em que reduzirmos a assimetria de informações e suprirmos a falta de ferramentas adequadas ao comércio de grãos, apostamos que iremos atrair cada vez mais produtores para nossa plataforma digital em busca de melhores preços e diversos outros serviços de suporte que também iremos lançar”, acrescenta Carlos Neto.
“Começamos nosso relacionamento com o Luiz e o Carlos através do nosso investimento na Strider há vários anos e agora estamos muito felizes de poder dar continuidade na parceria. O mercado de commodities agrícolas é gigante e pouco foi impactado pela inovação nos últimos anos. Acreditamos fortemente na capacidade de usar tecnologia e dados para agregar oferta e demanda, melhorar exponencialmente a experiência e construir um grande marketplace na região. Já vimos isso acontecendo em vários espaços e tipos de ativos. Estamos no timing ideal e temos o time perfeito para liderar esse movimento no agro”, assinala o investidor sócio da Monashees, Marcelo Lima.
“Apesar de agro ser um enorme componente do PIB do Brasil, sua dinâmica e a comercialização de commodities ainda são feitas de forma arcaica. Há um potencial gigantesco em construir um marketplace que conecta negociadores para reduzir as assimetrias de informação e preços no processo. Estamos confiantes que este é o time certo para executar a tese”, celebra a co-fundadora da MAYA, Mônica Saggioro.
A Tarken já nasce com uma carteira de 1000 produtores que irão usar seu marketplace para negociar grãos e, neste primeiro momento, está focada nas culturas de milho e sorgo. A expectativa é fechar este ano com 10 mil clientes cadastrados, gerando liquidez em poucos dias para uma parte considerável das ofertas da plataforma.
Para precificar as commodities, a Tarken utiliza um sistema de inteligência artificial que acessa dezenas de fontes de dados públicos levando em consideração fatores como cálculos de frete baseados em cotações reais, as principais rotas entre as cidades de origem e destino da carga, o histórico do preço médio por município e a produção, consumo e capacidade de armazenamento de cada cidade. Com o cruzamento destes dados, a empresa consegue entregar informações precisas para cada cidade onde há cultivo de grãos em todo Brasil.
A plataforma disponibiliza ainda um perfil detalhado dos negociadores e a verificação tanto de compradores quanto de vendedores. Para maior segurança na transação, o roadmap inclui mapas das áreas de plantio com dados como volume, datas de semeadura e colheita. “Nosso painel funciona como a central de negociações dos produtores, trazendo uma ampla visão do mercado para ambas as partes. Tanto quem vende quanto quem compra tem acesso a todos os recursos para acelerar a transação virtualmente com total transparência e segurança. Com nossa grande base de compradores e vendedores qualificados, possibilitamos realizar uma análise comparativa das ofertas em um tempo muito menor, com grande assertividade, através de alguns poucos cliques”, finaliza Tângari.