quinta-feira, abril 24, 2025
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Especialistas debatem mercado de veículos na abertura de Fórum Internacional do Setor de Locação

Por Joana Lopo

O mercado brasileiro de locação conta com uma frota de 1,07 milhão de veículos, enquanto em 2019 o total era de 997 mil. São mais de 10 mil locadoras espalhadas pelo país, como foi apresentado nesta terça-feira (19) pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), na abertura do XVI Fórum Internacional do Setor de Locação de Veículos, que ocorre de forma online, pelo segundo ano, e segue até a próxima quinta-feira (21).

Acompanhado pela equipe do INEWSBR, o evento que é considerado o principal fórum do setor de locação de veículos da América Latina reuniu nomes importantes do mercado nacional e internacional, como o editor executivo da Bobit Business Media – EUA, Chris Brown, a Sócia da Prada Assessoria, Leticia Costa, o presidente da ANFAVEA, Luiz Carlos Moraes, entre outros. Além disso, participaram cerca de 700 empresários, líderes de entidades, assim como dirigentes de montadoras, fornecedores de serviços, sócios e profissionais de mais de 11 mil locadoras ativas no Brasil. Um dos destaques do dia foi o secretário-geral português, da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (Arac), Joaquim Robalo de Almeida.

Segundo ele, a tendência na Europa, especialmente entre os jovens, é pelo aluguel de veículos. “Para que comprar se pode alugar? E ainda é melhor ter carro somente o tempo em que precisar e com todas as despesas já incluídas. Na Europa isso é mais comum. O aluguel é o futuro da mobilidade”, avalia Almeida, que também disse, na ocasião, que embora a demanda seja alta, o mercado europeu – assim como o Brasil e os EUA – ainda vive os reflexos do ano passado, quando a pandemia estava em seu pior momento.
Outra tendência na Europa e EUA, e que se avista ao longe no Brasil, é a eletrificação. “Passado esse momento de retomada a realidade é a eletrificação, digitalização e inovação”, finalizou Almeida.

No Brasil, conforme disse o vice-presidente da Abla, Marco Aurélio, a retomada, no que se refere às montadoras ainda segue a passos lentos. A previsão é de que só em 2023 o setor volte a despontar. “Ainda viveremos, em 2022, o problema que se vive no mundo todo, que é falta dos componentes eletrônicos, que são os chips. E aqui no Brasil ainda temos problemas outros, como a falta de espuma para banco, pneus e outras peças. A cadeia de fornecimento está um pouco fragilizada”.

Para ele, no biênio 2021-2022, o país continua enfrentando o problema da dificuldade de compra de carro até, e isso deve ocorrer até o final do primeiro semestre de 2022. “Deve voltar à normalidade no final de 2022, o que é consenso nos demais mercados. Em relação aos seminovos, aqui continuaremos com preços elevados, principalmente devido ao fato de que nem pessoa física, nem jurídica têm conseguido comprar veículos novos”, disse Marco Aurélio Nazaré.

Para o próximo ano, de acordo com o vice-presidente da Abla, o país ainda passa por muita instabilidade, especialmente pelo mercado financeiro, que segundo ele, preocupa muito pelo fato de o setor demandar muito. “Com a taxa de juros como está e com a previsão chegar até 9,5% até o final de 2022, dificulta a entrada de novos players de mercado”.

Com o mercado de locação aquecido (previsão de compra das locadoras é de 380 mil automóveis e comerciais leves), Nazaré observa que a pandemia ensinou muito ao setor, especialmente em relação à posse e ao uso de veículos. Para ele, as pessoas entenderam que é mais vantajoso o usar do que comprar.

“Há uma necessidade de revisão desses valores. As pessoas físicas, hoje, querem a experiência do uso e não da posse de um carro. Querem usar o recurso que utilizam no carro para outros investimentos. E é mais vantajoso mesmo. Já as pessoas jurídicas, que são de 80% a 85% das empresas brasileiras de porte médio e pequeno, perceberam que a frota terceirizada é muito melhor”, finalizou ele ao dizer que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA revisou o número, para baixo, de produção de veículos, sendo que os leves e utilitários devem chegar a 1,9 milhão de produção para esse ano.

Locação para o turismo e motoristas de app

No ano passado houve uma queda de 90% na locação de veículos para viagens de lazer e
de negócios (abril e maio de 2020). O setor foi fortemente impactado pela crise sanitária, mas este ano o mercado já observa a retoma em “V”, com a demanda bem acima da oferta.

Já para os motoristas de app, em 2020, foram 200 mil veículos alugados, uma queda de 80% na locação entre abril e maio. Esse segmento também experimenta retomada em “V” a partir do segundo semestre de 2020 e este ano amarga a subida dos combustíveis, sofrendo a devolução de 30 mil veículos em função dos preços altos.

 

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