Por Joana Lopo
Em busca dos shoppings dominantes, a Aliansce Sonae planeja seu processo de expansão para assim que a vacinação avance e os estabelecimentos possam funcionar normalmente. Embora ainda esteja catando os cacos do isolamento social e fechamento dos shoppings, a empresa conseguiu adquirir 21% do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, em abril deste ano. Além disso, conta com um potencial de construção em 4,4 milhões de m².
Mesmo sofrendo diretamente com as medidas restritivas e, consequentemente, com a queda do consumo, a companhia conseguiu continuar gerando caixa, como disse a diretora de relações com investidores da Aliansce Sonae, Daniella Guanabara, em transmissão, nesta quarta-feira (14), por meio do canal do YouTube do CondorInsider – empresa de análise de investimentos.
Durante o evento, a equipe do INEWSBR acompanhou os dados apresentados pela executiva, que contou terem conseguido reduzir os custos de dívida sobre o mesmo período do ano anterior devido a uma estratégia de gerenciamento de passivos que vem sendo feita há anos. Trata-se de trocar o indexador das dívidas, com ganho efetivo no cálculo financeiro.
Não à toa que, mesmo com os resultados ainda negativos, a empresa continua gerando caixa. No ano passado fechou sua posição em R$ 1,4 bilhão. Já no 1T21 os resultados foram impactados pela segunda onda da covid-19, que implicou em mais medidas restritivas. Com isso, houve uma baixa de 59,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, e apresentou lucro líquido de R$ 41,8 milhões.
A maior administradora de shoppings centers do país, segundo Daniella Guanabara, conseguiu frear os danos da crise sanitária também com as estratégias de digitalização, por meio de marketplace, e-commerce e soluções digitais, intensificadas durante a pandemia. “Além disso conseguimos reduzir o custo de dívida, com a baixa alavancagem. Hoje, a companhia mantém alavancagem baixa. E vamos voltar a crescer. Só para ter ideia, em 2019 a venda total do nosso portfólio chegou a R$ 18 bilhões. Tivemos uma receita de 930 milhões. Mais de 35 milhões de pessoas e cinco milhões de carros passam pelos nosso shoppings e estacionamento”, conta.
Passado o tormento da pandemia, a empresa vai apostar nos shoppings dominantes, que conforme Daniella são equipamentos urbanos bem estruturados, com uma vasta oferta de produtos e serviços e muito bem localizados. Segundo ela, em alguns locais a empresa vai adaptar os shoppings para o multiuso, com a incorporação de clínicas, escritórios; em outros será feita a expansão, com a construção de novos espaços para academias, bancos, entre outros.
“Uma forte estratégia da Aliansce Sonae é focar cada vez mais em shoppings dominantes. Precisamos ter shopping extremamente relevante para aquela região onde ele atua. Nós chamamos o shopping de um ‘life center’, porque é onde o consumidor vai para resolver todos os problemas da vida dele”, disse Guanabara que deu como exemplo de expansão, o Shopping da Bahia, na capital baiana. “Nesse empreendimento podemos fazer um residencial, por exemplo. Mas para saber se faremos projeto multiuso ou de expansão precisamos primeiro identificar as demandas e os espaços de cada shopping. E isso é plano de médio e longo prazo”, revela.
A Companhia
A Aliansce Sonae Shopping Centers S.A. nasceu da fusão entre a Aliansce Shopping Centers e a Sonae Sierra Brasil. A fusão, que ocorreu em agosto de 2019, somou os 31 empreendimentos da Aliansce aos 9 da Sonae e garantiu à nova companhia um portfólio complementar e diversificado com 40 shoppings, sendo 29 próprios e 11 administrados.
Atua desde o planejamento e desenvolvimento do projeto até o gerenciamento da estrutura, gestão financeira, comercial, jurídica e operacional de shopping centers. O portfólio da Companhia é composto por 27 Shoppings em operação. São mais de sete mil lojas, em 1,4 milhão m² de Área Bruta Locável (ABL). A cotação do seu papel, hoje, está em R$ 29,44. Fechou o ano de 2020 com receita líquida de R$ 818,8 milhões.