quarta-feira, novembro 6, 2024
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Plano Safra 2021-2022 terá R$251,2 bi

Por Joana Lopo

Com a expectativa de uma super safra de 300 milhões de toneladas, o Plano Safra 2021-2022, foi lançado pelo governo, na manhã de hoje (28), em live realizada pelo Banco do Brasil e acompanhada pela equipe do INEWSBR. Serão R$ 251,2 bilhões em créditos destinados à produção agropecuária nacional, disponibilizados a partir de 1º de julho próximo. Neste ano, houve um aumento de 6%, ou seja, R$ 14,9 bilhões a mais do que o período 2020-2021.

Do total de crédito disponibilizado, cerca de R$ 39,3 bilhões serão exclusivos para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 34 bilhões destinados aos médios produtores, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), conforme disse o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, durante o evento que reuniu, ainda, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, o ministro de Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro.

Os financiamentos estarão disponíveis para serem contratados até o final do mês de junho de 2022. Dos R$ 251,2 bilhões do Plano Safra, um total de R$ 177,8 bilhões serão para custeio e comercialização e outros R$ 73,4 bilhões serão para investimentos, que teve aumento em sua disponibilidade de 29%. “Hoje é um dia muito importante. Esse será o Plano Safra que entrará para história. Temos um grande desafio pela frente e com muito esforço vamos alcançar a safra de 300 milhões de toneladas”, prevê a ministra.

Em relação ao incentivo anterior, as taxas de juros dos financiamentos sofreram aumento de 10%, na média, para os pequenos e médios produtores. No Pronaf, os juros passam de 2,75% ao ano para 3% a.a, para a produção de bens alimentícios; e de 4% a.a para 4,5% a.a para os demais produtos. No Pronamp, os juros serão de 5,5% a.a para custeio e 6,5% a.a para investimento. Já os grandes produtores poderão contratar financiamentos com juros de 7,5% a.a para custeio e 8,5% a.a para financiamento de máquinas. Os financiamentos feitos por meio das cooperativas para investimento, crédito industrial e capital de giro será de 8% a.a.

Dados divulgados no site Agência Brasil indicam que para os investimentos considerados prioritários pelo governo, de promoção da sustentabilidade, o valor dos juros será de 5,5% ao ano. A taxa se refere à projetos de recomposição de reservas legais e áreas de preservação permanentes (APPs). Para financiamento de integração lavoura-pecuária, recuperação de pastagens, irrigação e construção de armazéns, os juros serão de 7% a.a. A subvenção ao prêmio do seguro rural ficou em R$ 1 bilhão. O valor deve possibilitar a contratação de 158,5 mil apólices, num montante segurado de R$ 55,4 bilhões e cobertura de 10,7 milhões de hectares.

“A vocação brasileira para o agronegócio é incontestável. Graças ao campo que a economia brasileira conseguiu se segurar na pandemia. Pela primeira vez, a produção do setor passou a produção industrial, o que não é bom, mas demonstra que somos uma potência agrícola”, disse o ministro da economia, Paulo Guedes.

Parceria estrangeira

Do valor total informado pelo governo, R$ 135 bilhões será contratado por meio do Banco do Brasil (17% a mais do ano anterior). Mas, segundo o presidente da instituição financeira, ainda contarão com recurso estrangeiro que pode chegar a R$ 1,5 bilhão por meio de parceria entre o BB e o New Development Bank (NDB), banco de desenvolvimento do Brics.

“Com essa parceria teremos mais recursos para o agro, que melhora a capacidade de armazenamento, construção de silos e investimento em energia renovável. Tudo isso com o prazo de até 18 anos para pagamento”, contou Ribeiro que assinou, em evento online, o documento de parceria com o presidente do NDB, o também brasileiro Marcos Troyjo, que da China comemorou o feito: “Esse acordo é fundamental para estruturar ainda mais o setor do agro brasileiro. Serão mobilizados recursos, em financiamento conjunto, para investir no setor, principalmente em infraestrutura, que é a espinha dorsal do agronegócio”, avalia Troyjo.

Geração de emprego

A equipe do INEWSBR participou de coletiva de imprensa com o vice-presidente do BB, Renato Luiz Bellinetti Naegele que, na oportunidade avaliou o agronegócio brasileiro como setor já estruturado, capitalizado e forte. “Agro é tradição. É um setor amparado em tecnologia, em inovação, em um mercado externo muito estruturado. A safra anterior foi expressiva e a tendência é melhorar mais. Vamos ter a melhor safra de todos os tempos e gerar mais empregos”.

Segundo ele, o resultado do primeiro trimestre superou em 5%, impulsionado pela demanda alta por alimentação.   “São mais de 30 produtos no topo da exportação. Estamos muito preparados para atuar em todos os lugares. Ano passado atendemos aos 5.398 municípios e este ano podemos atender a todo e qualquer lugar”, afirmou Naegele que ainda ressaltou a importância do setor na geração de emprego: “O agro é o setor que mais emprega e gera renda no país”.

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com base nos dados de 2020, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, o setor abriu 61.637 mil vagas de trabalho de janeiro a dezembro do ano passado. Esse foi o melhor desempenho desde 2011, quando o saldo de geração de empregos formais foi de 85.585 mil vagas.

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