Se ainda havia dúvidas sobre o papel do ouro como porto seguro, 2025 encerrou o debate. O metal precioso acumula valorização próxima de 70% no ano, negociado perto de US$ 4.500 por onça-troy — o melhor desempenho anual desde 1979. O resultado supera com folga os principais índices de mercado, como o S&P 500, com alta de cerca de 17%, e o Ibovespa, que avança aproximadamente 31% no mesmo período.
A disparada do ouro é impulsionada, sobretudo, por bancos centrais — com destaque para China e economias emergentes — que vêm reduzindo a exposição ao dólar e ampliando a alocação em ativos reais. Em um cenário marcado por elevados níveis de endividamento público global e tensões geopolíticas crescentes, o mercado tem priorizado a segurança física do metal em detrimento de ativos financeiros tradicionais.
Conflitos e instabilidades internacionais também reforçam esse movimento. Episódios recentes de escalada geopolítica reacenderam o apetite por proteção, consolidando o ouro como reserva de valor em momentos de incerteza sistêmica.
O rali, porém, não se limita ao ouro. A prata apresenta desempenho ainda mais expressivo, com valorização próxima de 140% em 2025, ultrapassando a marca de US$ 70. O movimento indica uma crise mais ampla de confiança, na qual investidores institucionais passaram a tratar os metais preciosos não apenas como instrumentos de proteção pontual, mas como componentes estruturais das carteiras de investimento.
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