O Ministério do Meio Ambiente lançou o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação (PAB-Brasil), considerado o maior e mais ambicioso programa já criado no país para enfrentar o avanço da degradação ambiental. O foco central é a Caatinga, único bioma 100% brasileiro e também o mais ameaçado pela desertificação.
A meta do plano é recuperar 10 milhões de hectares de áreas degradadas até 2045, ao longo das próximas duas décadas. Segundo o governo federal, a iniciativa responde a um cenário alarmante: cerca de 18% do território nacional já sofre processos de desertificação, afetando diretamente a vida de aproximadamente 39 milhões de pessoas, principalmente no Semiárido.
Embora seja um bioma adaptado à escassez de chuvas, a Caatinga vem perdendo sua capacidade produtiva em ritmo acelerado. A degradação compromete funções essenciais, como a recarga de aquíferos, a segurança hídrica e a capacidade de atuar como sumidouro de carbono, agravando os efeitos das mudanças climáticas.
Diferentemente de ações tradicionais de reflorestamento, o PAB-Brasil aposta em uma abordagem de restauração socioprodutiva. O plano prevê a integração de agricultores familiares e comunidades tradicionais, com incentivos como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), além de práticas voltadas à produção sustentável de alimentos, conservação do solo e uso racional da água.
Outro ponto inédito do levantamento apresentado pelo governo é a ampliação do mapa de áreas suscetíveis à desertificação. Pela primeira vez, foram identificadas zonas de risco também no Pantanal, além de regiões já conhecidas no Cerrado e na Mata Atlântica, reforçando que o problema deixou de ser regional e passou a ter escala nacional.
Com o novo plano, o governo busca alinhar políticas ambientais, sociais e produtivas, reconhecendo que o combate à desertificação é uma estratégia essencial para garantir desenvolvimento econômico, segurança alimentar e resiliência climática no Brasil.
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