A cena musical de Berlim ganha um novo capítulo neste domingo (16), com a estreia da Brasil Orchester Berlin, a primeira orquestra sinfônica da Alemanha especializada exclusivamente em música brasileira. O concerto inaugural acontece no Schloss Britz e marca não apenas a apresentação oficial do grupo, mas também um momento histórico para a difusão da cultura musical do Brasil no exterior.
Idealizada pela maestra, compositora e pesquisadora Andréa Huguenin Botelho, a orquestra reúne 30 músicos de nove países — México, Alemanha, Brasil, Chile, Venezuela, Coreia do Sul, Japão, Rússia e Cuba — reforçando o caráter multicultural do projeto. Um dos diferenciais está na integração de instrumentos tradicionais da percussão brasileira à formação sinfônica.
“No conceito da Brasil Orchester Berlin, vamos priorizar o uso de instrumentos como atabaques, pandeiros, zabumba e triângulo, para manter o perfil do trabalho voltado para a valorização da música brasileira”, afirma Andréa. A percussão do grupo é liderada pela alemã Katrin Hornberger, que celebra o desafio: “Estou entusiasmada. Fazemos música de qualidade aqui e estou curiosa sobre o que está por vir”.
A orquestra integra o Programa Música Brasileira, fundado por Andréa em 2016 e sediado na Musikschule City West, em Berlim. O programa, financiado com recursos públicos, oferece aulas gratuitas e já abrange outros grupos, como o Ensemble Berlin e o Coral Ayabás Berlim, que também participam do concerto inaugural “Viva Brasil”.
O repertório da Brasil Orchester Berlin pretende apresentar um panorama abrangente da música brasileira, “desde o barroco até os dias atuais, mostrando toda a palheta de variedades que o Brasil tem para oferecer”, explica Andréa. A estreia, considerada pela maestra como a concretização de um sonho, representa mais um passo na internacionalização da produção musical brasileira e na valorização das suas tradições dentro de uma linguagem sinfônica.
Com passagens por diversas orquestras nacionais e internacionais, Andréa Huguenin Botelho já regeu conjuntos como a Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, a Georgia State University Symphony Orchestra, a Orquestra Sinfônica de Brasília e a Staatliche Slowakische Philharmonie Košice, na Eslováquia.
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