Vinte e dois anos após a explosão do Veículo Lançador de Satélites (VLS), que deixou 21 mortos no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, o Brasil se prepara para um marco histórico no seu programa espacial. No próximo dia 22 de novembro, às 15h, está previsto o lançamento do foguete Hanbit-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, em operação conjunta com a Força Aérea Brasileira (FAB).
Com 21,9 metros de comprimento, 20 toneladas de peso total e capacidade para transportar até 90 kg de carga útil, o foguete marcará o início das operações comerciais da base de Alcântara, inserindo o país no disputado mercado global de lançamentos espaciais.
O voo experimental transportará cinco pequenos satélites — quatro brasileiros e um indiano —, além de experimentos científicos que serão testados em ambiente de microgravidade. A missão envolve 400 profissionais brasileiros (300 militares e 100 civis) e 60 especialistas da Coreia do Sul, que acompanham os preparativos finais no Maranhão.
O contrato com a Innospace foi firmado em 2022, após chamamento público da Agência Espacial Brasileira (AEB), que abriu a base de Alcântara para operações comerciais de empresas públicas e privadas. A parceria é considerada estratégica para colocar o Brasil no mapa da nova economia espacial, aproveitando a localização geográfica privilegiada da base — próxima à linha do Equador, o que reduz custos e aumenta a eficiência dos lançamentos.
Segundo o acordo firmado com a AEB, o custo para enviar 1 kg de carga ao espaço pelo Hanbit-Nano é de US$ 33 mil (cerca de R$ 180 mil). O Brasil contratou o transporte de 15 kg, totalizando US$ 495 mil (cerca de R$ 2,7 milhões, pelo câmbio atual).
O lançamento do Hanbit-Nano representa um avanço tecnológico e simbólico: o reencontro do país com o sonho espacial, duas décadas após a tragédia de 2003, agora em um contexto de cooperação internacional e inovação científica.
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