Embora o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tenha mantido a Selic em 15% ao ano na última quarta-feira (17), o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos sozinho já deve contribuir para impulsionar os preços das ações brasileiras.
Quando o Federal Reserve (Fed) cortou as taxas em 0,25 ponto percentual, o Ibovespa atingiu novos recordes, rompendo os 146 mil pontos pela primeira vez e fechando acima dos 145 mil pontos. No ano, o principal índice da bolsa sobe pouco mais de 20%, mas pode vir mais por aí, segundo levantamento da XP Investimentos.
A corretora analisou a performance das ações brasileiras após o início de cada ciclo de afrouxamento monetário nos EUA. O levantamento mostrou que o Ibovespa apresentou, em média, retornos de 32,1% em reais e 41,2% em dólares nos 12 meses que se seguiram ao início de cada ciclo de cortes de juros norte-americanos.
Além disso, nos mesmos períodos, o desempenho das ações brasileiras superou o dos ativos de renda fixa e o das ações globais.
O desempenho das ações brasileiras no detalhe
Enquanto o Ibovespa subiu em média 32,1% em reais, o retorno médio dos títulos públicos prefixados (medido pelo índice IRF-M) foi de 15,4%. Já o dos títulos públicos de longo prazo indexados à inflação (medido pelo índice IMA-B 5+) foi de 13,4%, o do CDI (que baliza as aplicações mais conservadoras) foi de 12,8% e o dos títulos públicos de curto prazo indexados à inflação (medido pelo índice IMA-B 5) foi de 11,8%.
Em comparação às ações globais, o Ibovespa avançou em média 41,2% em dólar, e o índice internacional de ações brasileiras (Índice MSCI Brasil) subiu em média 34,0%. As ações de países emergentes (MSCI Emergentes), por sua vez, avançaram em média 26,4%.
Já o retorno médio das ações de países desenvolvidos, exceto os EUA (MSCI ACWI exc-EUA), foi de 12,9%, e o do S&P 500, principal índice de ações americanas, foi de 8,1%.
“Os ciclos de afrouxamento do Fed, em geral, têm sido positivos para mercados emergentes, já que o MSCI Mercados Emergentes apresentou retornos positivos um ano após todos os ciclos de corte desde 2001. O S&P 500, por sua vez, registrou perdas após os cortes de 2001 e 2007, mas retornos positivos nos demais ciclos”, diz o relatório da XP sobre o levantamento.
Créditos: Portal Seu Dinheiro