Os brasileiros gastaram quase R$ 15 bilhões em 190 milhões de encomendas internacionais ao longo de 2024, segundo dados da Receita Federal. O valor representa um novo recorde histórico, superando os R$ 6,42 bilhões registrados em 2023, ano até então com o maior volume de gastos.
Apesar da queda de 11% no número de encomendas, o montante desembolsado cresceu significativamente. Em dólar, o valor das compras também subiu de US$ 1,28 bilhão em 2023 para US$ 2,75 bilhões em 2024. A alta do câmbio — com média de R$ 5,39 no ano passado frente aos R$ 4,99 de 2023 — explica parte desse crescimento, mas não é o único fator.
Com a taxação de remessas internacionais, o governo arrecadou R$ 2,88 bilhões em 2024, um aumento de 45% em relação ao ano anterior, quando foram arrecadados R$ 1,98 bilhão. O valor considera também multas aplicadas pela Receita.
Um dos principais impulsionadores dessa arrecadação foi a entrada em vigor, em agosto de 2024, da chamada “taxa das blusinhas” — alíquota de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, anteriormente isentas para empresas do programa Remessa Conforme.
De acordo com a Receita Federal, apenas com essa nova cobrança, o governo arrecadou R$ 670 milhões entre agosto e dezembro do ano passado.
A medida, combinada ao aumento do volume financeiro das compras, fez com que o comércio eletrônico internacional se tornasse uma fonte relevante de receita para o governo federal.