terça-feira, junho 17, 2025
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Brasileiros estão casando mais e investindo em suas casas, diz pesquisa do Itaú

Por Joana Lopo

Brasileiros estão casando mais, investindo mais em construção, jardinagem e na  reforma de imóveis residenciais. É o que aponta a mais nova edição da pesquisa sobre o perfil do consumidor realizada pelo Itaú Unibanco e Rede, que apresentou os resultados em live acompanhada pela equipe do INEWSBR.

A Análise do Comportamento de Consumo mostra que empresa de meios de pagamentos, continuam vendo resultados chamativos entre agências de matrimônio e buffets, assim como nas compras para reformas, construção e jardinagem. Se por um lado questões da vida doméstica sobressaem, por outro também se nota um movimento mais intenso nas ruas, com as pessoas fazendo visitas mais frequentes a bares e restaurantes. Mas as previsões, embora pareçam positivas, ainda é de muito desafio pela frente.

De acordo com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, houve aumento da mobilidade a partir de setembro e foi possível perceber os traços de retomada da economia e do consumo. “Devem continuar avançando. Esperamos crescimento do PIB em 4,7% este ano, com pequena queda de 0,5% ano que vem. Teremos que pagar para desinflacionar a economia, não tem jeito. Por isso, não vemos o ano que vem com um grande impulso seja do lado fiscal, seja do setor externo, vemos ao contrário disso. A inflação próxima a 10 % é outro fator que impacta muito, já que é muito elevada. Começou com alimentos e agora com os preços de serviços. E ela não vai embora sozinha, o Banco Central tem que entrar em campo. A Selic também deve subir 9,25% no final do ano e mais uma alta no início de 2022 e outra em março, que deve chegar a 12%. O desemprego segue elevado, então esperamos um ano de muitos desafios ainda”, analisa.

Levantamento 3T21

Na análise do terceiro trimestre deste ano, que é comparada com o mesmo período de 2020, percebe-se que a compra de materiais de construção e móveis de escritório segue em alta, para aumentar o conforto dentro de casa ou no novo ambiente de trabalho. Isso porque muita gente passou a adotar o home office em definitivo, parcial ou totalmente, e outras tantas pessoas voltaram a trabalhar fora, mas em novas estruturas físicas.

Também cresce os restaurantes online, pela comodidade que proporcionam com as entregas em domicílio, eles continuam com números positivos. A preocupação com a saúde permanece em alta – é o que sugere o crescimento das despesas com laboratórios. Já as bikes, cujas vendas aumentaram de maneira relevante em 2020 – quando o brasileiro buscava novas opções de lazer ao ar livre para driblar as restrições impostas pela pandemia –, tiveram ligeira queda no terceiro trimestre deste ano, mas seguem acima dos patamares pré-pandêmicos.

O relaxamento das medidas de isolamento social no terceiro trimestre também favoreceu o turismo. As linhas aéreas e setor hoteleiro (hotéis, motéis e pousadas) seguem entre os segmentos que mais se destacam. O estudo aponta a preferência dos brasileiros pelas viagens nacionais, com câmbio e inflação influenciando esta decisão.

Faturamento em alta – Principais resultados do 3º trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado:

  • Agências de matrimônio e buffets: 80% (quando comparado com o mesmo período de 2019, o aumento é de 18%);
  • Bares e baladas: 94%
  • Materiais de construção: 4% (ante igual período de 2019, o crescimento foi de 45%)
  • Móveis de escritório: 22%
  • Jardinagem: 1% (com salto de 34% na comparação com o mesmo período de 2019)
    Cooperativas agrícolas (que fornecem insumos para o setor agrícola, como sementes, mudas, terra e flores): 171,8%
  • Floriculturas: 219,8%
  • Restaurantes online: 18% (na comparação com 2019, houve salto de 428%)
  • Laboratórios: 14%
  • Bikes: -21% (quando comparado a igual período de 2019, o salto é de 58%)
  • Turismo: 133,7%
  • Linhas aéreas: 149,9%
  • Setor hoteleiro (hotéis, motéis e pousadas): 109,7%

Desempenho do varejo em geral

O avanço da vacinação vem fortalecendo o consumo de forma geral. O valor total transacionado pelo varejo no terceiro trimestre de 2021 cresceu 27,5% em relação ao mesmo período de 2020 e 11,9% sobre o segundo trimestre deste ano. Já na comparação com 2019, antes da pandemia, o crescimento foi de 34,7%.

Mas a CEO da Rede, Paula Cardoso, disse, na ocasião, que os dados agregados não têm relação com o resultado do banco Itaú, e que foram levantados a fim de gerar insights para que possam perceber as tendências nas formas de pagamento dos consumidores. “O período pandêmico trouxe muitas mudanças de comportamento. A principal foi sobre o cidadão que já era digital. O que temos hoje é um consumidor digital. Todos nós passamos a fazer compras diferentes e não vamos voltar ao que era antes. O varejo físico continua por uma questão de prazer, de escolher na loja, de tocar, mas a compra que não dá prazer não volta atrás”, observa.

E são as compras presenciais que mais refletem o início da volta ao normal. Elas representam 78,9% do volume em faturamento no terceiro trimestre de 2021. Já a participação das compras no online se estabiliza em 21,1%. O valor transacionado em compras presenciais no terceiro trimestre teve evolução de 24,1%, comparado a igual período de 2020. Quando se olha para as aquisições no online, os gastos em compras foram 42,2% maiores no terceiro trimestre, ante igual período do ano anterior.

Carteiras digitais

O uso das carteiras digitais apresentou salto expressivo, devido à conveniência, simplicidade, segurança e agilidade que proporcionam ao usuário. No terceiro trimestre de 2021, a modalidade, considerando Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay, cresceu 112,4% na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior. Das pessoas que pagam com elas, 72% são homens e 28% são mulheres.

O ramo que teve mais representatividade no uso das carteiras digitais foi o de alimentação, com aumento de 108,8% no terceiro trimestre, em comparação a igual intervalo do ano anterior – sendo que os restaurantes foram os que mais se destacaram no setor, com salto de 220,3%. Eles foram seguidos por drogarias e cosméticos, cujo crescimento foi de 89,5%, e mercados, com incremento de 64,2%.

Sobre as formas de pagamento, Paula disse que o que antes era simplesmente uma transação, hoje é um serviço. “Vemos pagamentos invisíveis. Os pagamentos são apenas uma parte de uma jornada de compra. E o cartão é uma das jornadas do pagamento. Por isso vemos com muito bons olhos o Open Bank, que vai gerar uma infinidade de possibilidades, mas de forma personalizada e assertiva. O ambiente de pagamento está em plena mudança. O Pix, por exemplo, veio para ficar. E o cartão físico em pouco tempo já não vai existir mais”, disse ela que, ao finalizar, observou as previsões para 2022. “Vai ser um ano difícil, de transição, e ainda com um grande número de desemprego, que impacta no poder de compra. Mesmo assim, tem espaço de crescimento, ainda tem setores que puxam o crescimento e isso é que vai balancear”.

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